terça-feira, 4 de maio de 2010

To forgive. To forget

Hoje (porque tenho milhares de coisas muiiiiiiiiiiito aborrecidas para fazer cuja voltade tende infinitamente para o 0) decidi falar de perdão.

O tema surgiu de forma estúpida enquanto piscava o olho à Private Practice que está a dar na Fox Life. Ela diz que não pode ficar com ele. Porque ele é o ex-marido dela e ela jamais a perdoaria. O outro diz que já não está zangado com a outra porque já a perdoou.

Eu tenho alguma dificuldade em lidar com o perdão. Acho que existe alguma coisa que se parte quando alguém de alguma forma nos desilude. E depois fica um sentimento desconfortável. O sabor na boca de que o que foi não volta a ser. Esse sentimento vive-me no peito como certamente algumas pessoas o sentirão em relação a mim. E não sei, por vezes, onde é que o perdão entra na equação. Já perdi relações em que perdoei. Mas perdoar nem sempre significa o regresso ao passado. Como um vaso que se parte, o perdão é a cola, mas as marcas que lembram os estilhaços não devolvem à jarra da nossa avó o mesmo encanto.

Não sei se sou eu que não sei, no fundo, perdoar. Mas isso tornar-me-ia uma alma má e gosto de pensar que talvez não seja bem assim. E se assim não for, talvez seja só um pouco exigente. Com os outros. Comigo. E por isso, no fim da história, sou incapaz de perdoar quem mais importaria: a mim própria.

5 comentários:

lampâda mervelha disse...

Perdoar, interpreto-o como progressão.









(Bonitos sapatinhos que vi ali para baixo. Espero que já tenhas o G desencravado. Ah, e que tal o Graciano fazer de rolha no vulcão?)

Viviane disse...

Acho que sim, que é uma demonstração de progresso... Acho que ainda tenho de caminhar e procurar mais flores de lótus para alcançar um estado que me confira essa capacidade de uma forma mais plena e mais constante;)

Quais sapatinhos?;)

Sílvia disse...

Eu concordo com o que dizes. Podemos perdoar sim mas acho que não volta a ser como era...

bjo***

lampâda mervelha disse...

Ah, é que estive a ler o que estáva mais para trás.

fd disse...

O sentido de exigência e perfeição dificultam a aceitação de atitudes dos outros que nós nunca faríamos. Acho que se chama a isso sentido de justiça e não maldade.

O perdão não é o regresso ao passado mas antes o alcançar de uma zona de menor desconforto para todos. Teria de se fazer uma grande plástica para dissimular as cicatrizes e isso seria só à superfície.

Mais avassalador que a indignação perante uma injustiça só mesmo uma consciência pesada.