segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Envy


Em conversa de fofoquice contaram-me a história de uma médica com quem me cruzo em congressos e afins. Uma quarentona "enxuta", fiel às mini-saias e ao cabelo que teima em ser demasiado loiro. É mãe de 4 filhos, ainda novitos e ao que parece ter-se-à apaixonado perdidamente e pedido o divórcio ao pai das crias.


À primeira "vista" os comentários (não os meus) foram de "ah e tal, é preciso ser-se egoísta". Confesso não estar a ouvir a conversa com atenção (estava ocupada a desfolhar as páginas da CARAS, essa grande revista do jet-set português que transborda de notícias de Kleber e seu fiel amor, Elsa the Fox). Por alguma razão aquilo ficou-me a ressoar nos ouvidos.


Depois reflecti. E, uma mulher que não me merecia muito mais que um olhar de soslaio a gabar os Louboutin do último europeu de Cardiologia, ganhou-me uma maior admiração.

É alguém que conhece, vive e sabe as dolorosas fronteiras entre um "eu" mulher, de um outro que é "mãe e esposa". Que lhes conhece as diferenças e que numa atitude de imensa coragem toma a decisão de respeito máximo por si própria. E que aos meus olhos está longe de ser catalogada de egoísmo. Mas que é a recusa (muito dolorosa) da sua auto-negação.

5 comentários:

Liliana Garcia disse...

Concordo :)
E a recusa da auto-negação requer muita coragem. É isso que falta por aí! Falta coragem para mudar, para mexer na rotina.

Jo@ocupada disse...

O que eu acho mais incrível e verdadeiramente mais egoísta, é a rapidez com que julgamos as pessoas e pensamos saber da sua vida e sentimentos.

Realmente é preciso muita coragem, não só nesta recusa da auto-negação, como na consciência deste julgamento público. O verdadeiro segredo está em saber que o que o resto do público pensa realmente, ao fim do dia, pouco ou nada interessa face ao que nós sentimos.

:)*

Lucky13 disse...

Há que ter coragem...não é fácil mudar de vida mas, por mto egoísta que possa parecer, em primeiro tem de estar o "eu" para se poder ajudar os "outros", caso contrário poderão faltar-nos as forças...

Viviane disse...

Raquel: Sim, falta...
Jo: Quando falo de coragem não me refiro (só) à luta contra precoceitos para a uma coragem maior que essa: a de magoar quem se ama...

PB disse...

Quando apresentas a colega? ;) Lolololol