Pequim é uma cidade de contrastes. Pouco comunismo. Edificíos esmagadores que substituem os velhos Hutongs, com alma, que relembram a antiga história desta cidade. Vão sendo ocupados, progressivamente, pela força de um ocidentalismo pouco ocidental, agressivo, esmagador, megalómano. Poucos mercados e poucas ruas ainda têm os cheiros que por vezes de tão intensos, sentimos que não vamos aguentar. As pessoas atropelam-se nas filas, cospem para o chão e não falam inglês.
Habituada a viver pelas pessoas, a trabalhar pelos outros, deparei-me com uma cidade onde não se vive para o ser humano. E, entre 17 milhões, somos só mais um.
4 comentários:
Que diferença com relação ao Brasil... Nossos arranha-céus não são de longe comparáveis aos daí; nossos mercados são sim, grandes, ao ar livre, coloridos, cheios de vida e baulho; as pessoas têm os mais diversos tipos físicos que se possa imaginar, miscigenação total, mas todos têm sempre um sorriso estampado no rosto, sorriem, mesmo a política sendo uma palhaçada, o clima bipolar (ou chove demais ou de menos)e a vida sendo difícil.
Você deveria viajar para o Brasil também e contar suas impressões daqui, não sei se já o fez...
Mas com a imensa extensão que temos você teria que passar uma temporada aqui pra conhecer um pouco das diversas regiões, cada uma com suas peculiaridades.
Enfim, eu falo demais.. Gostei do jeito que tu descreve o lugar, da maneira como tu enxerga as coisas, legal.
Esmagador. Não deve ser um sítio agradável para viver. Essa referência às pessoas que se atropelam e cospem para o chão, num sítio de multidões parece invocar a essência primitiva e egoísta da natureza humana. Os chineses da loja perto da minha casa não reciclam o lixo. Dizes que não vistes o “comunismo”, imagino eu na vertente económica, mas parece-me que o “comunismo” também contempla essa parte de perda de individualidade. Estou a misturar tudo.
Não gostei dessa cidade pelo teu ponto de vista :x coisinha mais estranha ! * beijocaa
Mente Hiperactiva: Obrigada:) Já estive no Brasil, numa viagem inesquecível. O que conheci do Brasil (pequena parte do Nordeste) foi pouco perante tudo o que ainda quero ver no teu país (o Rio, Florianópolis, Fernando Noronha....etc...). O que me ficou no pensamento foi o calor das pessoas, a felicidade, a música fabulosa, contante, presente em todo o lado. A comida, o queijo assado (que bom!) e a fruta, incomparável. E os momentos que vivi, os banhos que tomei durante a noite, as fogueiras de praia ficaram gravadas na memória e no coração:)
Fd: Antes demais gostei muito (como sempre) de todos os teus comentários apesar de muitas vezes não os "recomentar". Penso que quando falava do comunismo era na vertente económica. Mas sim, de facto, não há qualquer tipo de preocupação pela individualidade.
Shell: Não te posso dizer que não gostei. Gostei do que resta dos bairros, das distantes dinastias, da grande muralha. A impressão que tenho é que de alguma forma tudo está a ser "engolido" por uma megalómana cidade... Nós, habituados a uma forma ocidental de viver, dificilmente compreenderemos uma sociedade que tem regras de funcionamento tão distantes das nossas.
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