quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

"Muitos parabéns e mtas felicidades. V."


Ligaste. Não conformada com a falta de resposta mandaste então a mensagem. Não quero saber. Se estás grávida, se já tiveste a criança, se não a tiveste, se engordaste, se emagreceste, se vomitaste, se pintaste as paredes de azul ou de verde. Não quero saber. Não percebo em que ponto decidiste agora mandar mensagens em apontamentos de vida que achas que tenho obrigação de responder. E como me conheces sabes que respondo, porque sou assim. Não te compreendi, não te perdoei. Não te desculpei a falta de confiança que me semeaste na alma. Quando ta abri em segredo, em dor, entredentes, confiando-te em mãos aquilo que não revelei a nenhum outro alguém. Porque te chamei para ao pé de mim e te dei a maior prova de amizade: a de revelar o meu pior "eu", com a mágoa de alguém que vive consigo todos os dias.

Não te perdoei. A falta de honestidade nos gestos perpetuados durante meses. Uma confissão obrigada via telefone em tom de "olha, aconteceu. Espero que te passe".

(Existem pessoas que perdem o lugar na nossa vida. Existem coisas que não sei esquecer. E que por enquanto ainda não aprendi a perdoar.)

1 comentário:

Lucky13 disse...

As maiores desilusões são-nos sempre presenteadas por quem temos em maior consideração...o erro é nosso, damos mais do que deviamos!

Ainda me lembro de um dia me terem dito..."Partilha a tua vida, não te dês tanto que acabas por te desiludir sempre!"

Hoje sigo religiosamente esse conselho onde apenas uma pessoa tem direito a tudo.