domingo, 28 de fevereiro de 2010

Motherhood

Tive uma semana cheia. Nada de novo, tudo na mesma mas a vontade e o tempo de escrever ficaram para trás.

Hoje de manhã dou por mim a ouvir uma conversa que me deixou, no mínimo, pensativa. Uma mãe de um adolescente, em conversa com outra, referia o quanto sortudo era o seu filho pela namorada que arranjou. Ao que parece, o miúdo de 17 anos, bom aluno, que nunca se meteu em confusões, tinha um grupo de amigos com calças pelo rabo (meu Deus, coisa nunca vista). E que de vez em quando davam umas passas (outra coisa nunca vista e jamais feita pela mãe que ainda nos dias de hoje, cada vez que sai para jantar, chega a casa de gatas, após conduzir o seu Jaguar e o fazer roçar por todas as paredes da garagem com os filhos lá dentro). E desde há um ano arranjou uma namorada. E que "felizmente", segundo a mãe, não o deixa sair com os amigos, ir ao cinema e que quase já nem fala ao telefone com eles.Um adolescente que se recusa a viajar para o Egipto porque não poderia ficar ao telefone 3h com ela. E ela (a mãe), felicíssima com a coisa. "Ele pediu-lhe para ir ao cinema com o Henrique e ela disse logo -nem pensar"!

Eu, se fosse mãe, sentiria exactamente o oposto. Sentir-me-ia preocupada por ter um adolescente dependente que não se sabe portar como ser autónomo, que se auto-anula perante o amor. Que, em fase de crescimento interior, em que as bases que constroem um adulto seguro, independente e feliz são edificadas, começa a abdicar por terceiros das coisas que lhe são importantes.

Mas isso sou eu. E eu não sou mãe.

5 comentários:

Miss Complicações disse...

Preocupante quando os pais acham que esse tipo de atitudes pode ser saudável.

Branca de Neve disse...

Talvez essa mãe um dia ainda se arrependa de não ter prestado mais atenção ao comportamento do filho...

Lucky13 disse...

As aparências em casa não podiam ser mais diferentes do que é o comportamento do adolescente na rua, com os amigos...

Mas quando se tem tudo o que se pode desejar, há coisas que ficam para trás! A inteligência da senhora por exemplo...

fd disse...

Quando essa questão me surgiu, entre amigos e namorada, eu dizia “quem me obrigar a escolher, vai-me perder”. Hoje, apesar de todas as voltas, continuo a achar que a frase fazia e faz sentido.

PB disse...

O filho é mas é atrasado mental!!! Onde já se viu e ainda só vai nos 17...